quarta-feira, 17 de junho de 2009

Francisco Ferreira Drummond

1796 - Vila de São Sebastião (Terceira); 1858 - Vila de São Sebastião (Terceira)


Francisco Ferreira Drummond (21 de Janeiro 1796 - 11 de Setembro 1858) foi um talento plurifacetado: historiógrafo autor dos Anais da Ilha Terceira, paleógrafo, músico, organeiro e político com grande actividade cívica na vila de São Sebastião, ilha Terceira, Açores. O seu trabalho histórico publicado ocupa um lugar cimeiro na historiografia açoriana, sendo a base de boa parte das obras sobre a história dos Açores, em particular sobre a história da ilha.


Primeiros Anos

Nasceu numa pequena casa da Rua da Igreja da Vila de S. Sebastião, a 21 de Janeiro de 1796, tendo sido baptizado na respectiva Matriz em 27 desse mesmo mês, e faleceu na sua casa da Travessa da Misericórdia, em 11 de Setembro de 1858, contando assim 63 anos incompletos de idade.

Foram seus pais Tomé Ferreira Drumond, lavrador abastado, e D. Rita de Cássia, ambos residentes e baptizados também na referida Matriz, e pertencentes à principal nobreza local.

Desde os mais verdes anos, revelou decidida vocação para as letras e cultura musical. Habilitado com a instrução primária, estudou seguidamente as disciplinas que então constituíam objecto do ensino da mocidade, isto é, o latim, a lógica e a retórica. Muito estudioso, procurou constantemente aumentar a sua instrução, assim literária como artística, o que lhe foi facilitado em grande parte pelo meio familiar em que viveu.

Criada a escola de primeiras letras nesta Vila, por alvará de 6 de Março de 1782, fora nela provido o professor Sebastião Ferreira Drumond, ao qual sucedeu seu irmão Francisco Machado Drumond, que, nomeado por provisão de 23 de Janeiro de 1786, desempenhou ininterruptamente as respectivas funções durante 30 anos, sendo sempre considerado não só como notável professor, como também cidadão de grandes virtudes cívicas e religiosas. Foi este conceituado mestre régio - tio paterno de Francisco Ferreira Drumond - homem abastado e generoso, que viveu no estado de solteiro, o mentor e protector de toda a família a que pertencia

Nesta Vila houve então, além da aludida aula de primeiras letras, unia cadeira de gramática latina, de que foi primeiro professor P. António Miguel da Silveira, nomeado em 15 de Junho de 1783, tendo-lhe sucedido no cargo o P. António José Rijas, até ao ano de 1824, em que foi extinta essa cadeira.

Foi, contudo, o erudito P. José Ferreira Drumond, seu primo e padrinho, também hábil organista, que maior influência exerceu na formação espiritual do nosso homenageado, de quem foi o primeiro mestre. Além deste, teve como mestre do órgão Fr. António de Pádua, que mais de 40 anos foi vigário do coro no convento de S. Francisco de Angra.

Mercê, assim, de uma sólida preparação literária e musical e persistente estudo dos principais autores portugueses e latinos, não obstante viver neste deveras acanhado meio, foi considerado bom latinista e exímio organista.

Desde muito novo, simultaneamente, manifestou decidida vocação para as investigações históricas em que mais tarde, sobretudo, se havia de notabilizar.


Percurso cívico

Iniciou Francisco Ferreira Drumond a sua vida pública como organista da Matriz da Vila da Praia, cargo para que foi nomeado em 1811, contando apenas 15 anos de idade, e exerceu durante 47 anos, até ao seu falecimento. Nessa época, aquela arte, em que foi exímio, era muito apreciada, deveras contribuindo para o excepcional esplendor que começou a atingir nesta ilha a música sacra, especialmente sob a influência do Bispo da Diocese D. José Pegado de Azevedo (1802-1812), que foi grande amador de música.

Músico por vocação, Francisco Ferreira Drumond, dispondo de profundos conhecimentos, assim práticos como teóricos, e não só como organista mas ainda de organeiro, a ele se recorria nesta ilha confiadamente sempre que dos respectivos serviços se carecia. Na casa da sua residência, tinha cravo e manicórdio, em que sempre se exercitava até os últimos anos de vida.

Foi no seu tempo, isto é, em 1855, que apareceu, pela primeira vez nesta ilha, numa festividade realizada na Igreja de N. S. da Conceição de Angra, um novo instrumento musical para substituir o órgão - o Harmónio ou órgão expressivo, que causou grande sucesso, pela energia e docilidade dos seus sons. E, logo no ano imediato, tendo a Misericórdia da Vila da Praia mandado vir do continente um desses instrumentos para a sua igreja, Ferreira Drumond a ele se consagrou, enaltecendo, em escrito público, o seu emprego.

Para além do cargo de organista da Matriz da Praia, desempenhou em S. Sebastião os cargos de escrivão da Câmara Municipal, escrivão dos órfãos, secretário da Administração do Concelho, e tabelião. Em 1836 foi eleito Presidente da referida Câmara, tendo desempenhado essas funções até 1839. Nesse ano foi eleito Procurador à Junta Geral. Exerceu durante vários anos o cargo de Provedor da Santa Casa da Misericórdia.

Distinguiu-se na luta contra a extinção do concelho de S. Sebastião, extinção que, em boa parte graças à actividade de Ferreira Drumond, apesar de decretada em 24 de Outubro de 1855, apenas se consumou em 1 de Abril de 1870. Algumas das mais importantes obras da antiga Câmara de S. Sebastião foram iniciativa sua, nomeadamente a captação das nascentes do Cabrito e o seu aproveitamento para moagem, naquela época a maior obra hidráulica da Terceira e uma das maiores dos Açores.

Francisco Ferreira Drumond foi homenageado em 1951 com um pequeno monumento localizado no Rossio, Vila de S. Sebastião. A casa em que viveu foi recentemente adquirida pela Santa Casa da Misericórdia local, estando para breve previsto o seu restauro e transformação em biblioteca associada da rede de leitura pública.


Acção política

Ferreira Drumond cedo aderiu à causa liberal, tendo sido eleito pelo novo sistema constitucional, em 1822, secretário da Câmara Municipal de S. Sebastião. Tal eleição valeu-lhe grandes dissabores, tendo, para escapar às perseguições dos absolutistas, fugido da Terceira, durante a noite, numa embarcação que o levou à ilha de Santa Maria, de onde passou a Ponta Delgada, dali partindo, com passagem pela Madeira, para Lisboa. Depois de um ano de exílio voltou à Terceira, tendo participado activamente em todo o desenrolar da guerra civil nesta ilha (que depois tão bem descreveu nos seus Anais da Ilha Terceira).


Obras publicadas

Foi autor, para além de muitos artigos dispersos na imprensa da época, das seguintes obras publicadas:

•Memória Histórica da Capitania da Praia da Vitória — editado pela Câmara Municipal da Praia da Vitória em 1846, 56 pp., Praia da Vitória. A obra foi reeditada inserta na colectânea Memória Histórica do Horrível Terramoto de 15.VI.1841 que Assolou a Vila da Praia da Vitória, edição da Câmara Municipal da Praia da Vitória, 1983.

•Anais da Ilha Terceira — obra escrita segundo o critério cronológico típico dos Anais, cobrindo o período desde a descoberta e povoamento da ilha até 1850. Foi oferecida à Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, que a editou em 4 volumes, contendo 1420 páginas de texto e 510 de documentos. O volume I foi publicado em 1850; o vol. II em 1856; o III em 1859; e o IV, póstumo, em 1864. Reeditado, em fac-símile da edição original, pela Secretaria Regional da Educação e Cultura, Angra do Heroísmo, 1981.

•Apontamentos Topográficos, Políticos, Civis e Eclesiásticos, para a História das Nove Ilhas dos Açores — obra inacabada deixada em manuscrito. Após um conturbado percurso, a obra foi editada em 1990 pelo Instituto Histórico da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo, 648 pp.



Órgãos Construídos - ?


Intervenções de Restauro - ?



Fontes:
- Cruzado
- Página Pessoal de Cipriano Martins

Segréis de Lisboa com concertos em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo


12 - 06 - 2009

A Arte na Variação do Renascimento ao Maneirismo é o tema dos dois concertos que o grupo Segréis de Lisboa realiza esta semana em Ponta Delgada e em Angra do Heroísmo.

Em S. Miguel, o concerto decorre hoje, pelas 21 horas, na Igreja do Carmo, enquanto na Terceira o mesmo terá como palco a Igreja da Misericórdia, amanhã, a partir das 18 horas.

Esta iniciativa integra-se no Ciclo de Órgãos Ibéricos dos Açores, uma das componentes da Temporada MusicAtlântico, que decorre de Março até Dezembro no arquipélago numa organização da Direcção Regional da Cultura da Presidência do Governo.

São intérpretes nestes concertos João Vaz (órgão), Pedro Couto Soares (flauta), Ana Leonor Pereira (soprano) e Manuel Morais (viola dedilhada e direcção).

Fundado em 1972 pelo alaúdista e musicólogo Manuel Morais, o grupo Segréis de Lisboa é composto por uma formação variável de cantores e instrumentistas, tendo como principal objectivo contribuir para o ressurgimento da música portuguesa e espanhola dos séculos XV ao XVIII.

O grupo já realizou concertos por toda a Europa, Estados Unidos, Brasil, Extremo Oriente, Índia e Bolívia, sempre com grande sucesso junto do público e da crítica, tendo merecido mesmo referências elogiosas do prestigiado New York Times, na sua edição de11 de Junho de 1990.

Gravou para as etiquetas EMI/Valentim de Carvalho, Movieplay, Philips e Portugaler, tendo-lhe sido atribuído um Choc na Revista Le Monde de la Musique (n.º 201, Julho-Agosto de 1996).

Agraciados em 1991 com a Medalha de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura, os Segréis de Lisboa são o agrupamento português mais antigo que se dedica, profissionalmente, à recuperação e divulgação da Música Antiga Ibérica.

Autor/Fonte: GaCS/FG/DRaC


Notícia extraída de:

- Acores9

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O Órgão da Igreja Matriz do Santíssimo Salvador (Ilha do Faial)


Actualmente, o único funcional na ilha, o órgão da Igreja Matriz do Santíssimo Salvador tem sido desde finais do século vinte, o centro da actividade organística do Faial. Mais de três concertos envolvendo este instrumento são presenciados por ano.

Foi totalmente restaurado em 1996, tendo sido construídas as palhetas em chamada na altura desaparecidas.



Informação Técnica

- Localização (na Igreja): Coro Alto
- Estado: Funcional
- Tipo: Órgão Ibérico, de um manual
- Organeiro: António Xavier Machado e Cerveira
Nº78 do organeiro acima referido
- Ano da Construção: 1814
- Teclado: Dividido (Dó 1 - Dó 3; Dó# 3 - Mi 5) . 53 Teclas.


- Registação (9+9):

*Mão esquerda:
Trompa de Batalha *
Clarão
Vintedozena
Dezanovena e 22ª
Dezanovena
Quinzena
Flautado de 6 tapado
Flautado de 6 aberto
Flautado de 12 tapado

*Mão direita:
Clarim *
Corneta
Vintedozena
Dozena e 19ª
Quinzena
Oitava Real
Voz Humana
Flauta Travessa
Flautado de 12 aberto

NB: Os registos com sinal de * na frente são Palhetas Horizontais (Palhetas em chamada).

- Extras:
*Pisante de Estribo para ligar e desligar o cheio
* Pisante de Estribo para ligar e desligar as palhetas em chamada

- Intervenções:
* Construção: em 1814, por António Xavier Machado e Cerveira
* Restauro: concluído a 10 de Maio de 1996, por Dinarte Machado


Oiça o Órgão

"Grande Batalha do 1º Tom" - Volodymyr Samokhvalov
Intérprete: Volodymyr Samokhvalov (organista titular)
Em: Abril de 2005
Retirado do CD "Música Ibérica para Órgão" (Intérprete: Volodymyr Samokhvalov).






A Igreja:




A sua construção deve-se à intervenção do padre Luís Lopes que, em 1635, foi parar à Ilha do Faial, devido a um temporal, quando se dirigia à Ilha de São Miguel, como primeiro reitor do Colégio de Ponta Delgada. O facto vem narrado na obra do padre António Franco, publicada em 1720, onde também se diz que o mesmo Colégio da Cidade da Horta foi erguido a expensas de Francisco Dutra de Quadros e de sua mulher Isabel da Silveira.

Segundo Silveira Macedo, a igreja do Colégio, dedicada à invocação São Salvador, começou a ser construída em 1680, dois anos depois de se conseguir a provisão régia que permitiu a importação de todo o material necessário. O convento começaria apenas em 1719.

À data da saída dos jesuítas do Faial, em 1 de Agosto de 1760 a igreja ainda não estava concluída. No entanto, nela ficaram, como ainda hoje se podem ver, verdadeiras maravilhas, como a talha dourada do altar-mór, a riquíssima capela da Senhora da Boa Morte, com as suas lindas telas, os magníficos azulejos da capela-mór, a grande lâmpada de prata, o sumptuoso arcaz de pau santo existente na sacristia, a custódia de bronze prateado a estante giratória do coro, com delicados embutidos de marfim representando passagens do Evangelho, o valioso frontal de prata, estilo Renascença, do antigo altar do Santíssimo, e muitas outras preciosidades, não falando de impressionantes imagens de madeira que se acolhem nos vários nichos.


DESCRIÇÃO:
Complexo constituído pela igreja matriz e pelos dois corpos edificados, rectangulares, que a ladeiam (antigo colégio dos jesuítas).

A igreja tem uma só nave com três capelas intercomunicantes de cada lado e falso transepto. As coberturas da nave, do falso transepto, das capelas laterais e da capela-mor são em abóbada de canhão, sendo lisa a primeira e, as restantes, de caixotões formados por nervuras em cantaria. A cada arco de comunicação com as capelas laterais corresponde uma janela de sacada ao nível da tribuna. O arranque da abóbada da nave é marcado por uma cornija contínua muito saliente. As paredes laterais da nave estão divididas em tramos por meio de pilastras.

Destacam-se, no interior da igreja, vários retábulos de talha barroca (estilos nacional e joanino) e zonas das paredes revestidas de azulejos figurativos da mesma época.
A fachada da igreja, com quatro pisos, divide-se verticalmente em três partes separadas por pilastras lisas: uma central, correspondente à nave, e duas laterais, formadas pelas torres sineiras correspondentes à profundidade das capelas laterais e dos braços do falso transepto. A parte central, encimada por um frontão recortado, divide-se em três tramos por piso, cada um com um vão, sendo o vão do meio de maiores dimensões. As torres sineiras têm apenas um vão por piso e são rematadas por cúpulas semi-esféricas. A dividir o terceiro do quarto piso existe uma cornija de grandes dimensões que acompanha toda a largura da fachada. Os restantes andares são separados por faixas e/ou cornijas de diferentes formas e dimensões. Os tramos do corpo central estão separados por sucessões verticais de pilastras muito salientes.

Do lado esquerdo da igreja, no corpo do antigo colégio, que tem dois pisos, destaca-se o portal em pedra trabalhada onde se evidenciam as colunas laterais, encostadas a maciços com volutas salientes, e o frontão curvo, interrompido por uma janela que assenta sobre a cornija e por uma moldura de pedra de armas acima desta janela.

O corpo do lado direito tem dois pisos junto à igreja, onde se encontra a porta de entrada, adquirindo três pisos no extremo direito devido ao desnível do terreno. Por cima da porta de entrada existe também uma pedra de armas. Os restantes vãos dos dois pisos superiores deste corpo são janelas de sacada, protegidas por guardas em ferro fundido e guarnecidas de cornijas sobre as vergas.

Ambos os corpos laterais são rematados por uma cornija, situada ao mesmo nível, onde assenta um beiral simples.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO: Bom

FUNÇÃO INICIAL: Igreja e Colégio dos Jesuítas

FUNÇÃO ACTUAL: Igreja matriz, Câmara Municipal da Horta, Museu da Horta e outros serviços





Localização:

Largo Duque D´Ávila e Bolama - Matriz
9900-141 HORTA

Ilha: Faial
Distrito: Horta
Concelho: Horta
Freguesia: Matriz



Organistas nesta Igreja:

Olga Lysa – Titular (1996 – 2000)
Volodymyr Samokhvalov – Titular (2001 - actualidade)



Eventos Organísticos nesta Igreja:



1996:
Dezembro
: Concerto de Natal. Espectáculo interpretado por: Oxana Shvets (violoncelo), Olga Lysa (órgão), Oleg Gunko (clarinete), Yuri Pavtchinski (trompete).

1997:
30 de Março: Concerto de Páscoa. Interpretado por: Olga Lysa (órgão), Oleg Gunko (clarinete), Oxana Shvets (violoncelo), Daniela Biasini (violino) e Renata Rentowska (canto).

1998:
Abril: Concerto de Páscoa. Espectáculo interpretado por: Renata Rentowska (canto), Oxana Shvets (violoncelo), Yuri Gertsev (violino), Oleg Gunko (clarinete), Daniela Biasini (violino), Olga Lysa (órgão), Valentim Mikos (trombone).

18 de Abril: Concerto de Canto Gregoriano e Órgão, por Antoine Sibertin-Blanc (órgão) e pelo Coro Gregoriano de Lisboa. Integrado no Festival “Órgãos dos Açores”.

2 de Maio: Recital de Órgão, por Jesús Gonzálo López. Participação do Grupo Coral da Horta, com João Vaz no órgão. Integrado no Festival “Órgãos dos Açores”.

1999:
22 de Dezembro: Audição de Natal da Classe de Órgão da prof. Olga Lysa. Com participação de alunos de outras classes.


2002:
6 de Janeiro: Recital de Órgão, por Volodymyr Samokhvalov.

26 de Maio: François Couperin: Missa Solene. Intérprete: Volodymyr Samokhvalov.


2003:
6 de Janeiro: Concerto de Reis. Concerto de órgão e canto. Volodymyr Samokhvalov (órgão).

14 de Abril: Concerto de Páscoa. Orquestra do Conservatório Regional da Horta, com a participação de Volodymyr Samokhvalov (órgão).

18 de Outubro: Festival de Órgão "Magnum Organum" I. Intérprete: Volodymyr Samokhvalov.

25 de Outubro: Festival de Órgão "Magnum Organum" II. Intérprete: Volodymyr Samokhvalov.

8 de Novembro: Festival de Órgão "Magnum Organum" III. Intérprete: Volodymyr Samokvalov.

15 de Novembro: Festival de Órgão "Magnum Organum" IV. Intérprete: Volodymyr Samokhvalov.


2004:
6 de Janeiro: Concerto de Reis. Órgão e Canto. Volodymyr Samokhvalov (órgão). Duo "À Capela" e Renato Ferreira (canto).

6 de Março: Concerto de Canto e Órgão. Volodymyr Samokhvalov (órgão) e Grupo Coral da Horta (dirigido por Renata Rentowska). Integrado nos "Encontros filosóficos".

21 de Março: Concerto de Órgão: “A Grande Competição”, por Volodymyr Samokhvalov.

11 Abril: Concerto de Páscoa. Com participação de Volodymyr Samokhvalov (órgão).

12 de Junho: Concerto da Classe de Órgão do prof. Volodymyr Samokhvalov.


2005:
7 de Janeiro: Concerto de Reis, em solidariedade para com as vítimas do Tsunami. Com a participação de Volodymyr Samokhvalov (órgão).

5 de Outubro: Concerto em Memória de Monsenhor Fortuna. Intérprete: Volodymyr Samokhvalov.

15 de Outubro: Concerto de Órgão, por Alexander Gorin.

10 de Dezembro: Lançamento do CD "Música Ibérica para Órgão". Intérprete: Volodymyr Samokhvalov.

23 de Dezembro: Concerto de Natal. Com participação de Volodymyr Samokhvalov (órgão).


2006:
19 de Junho: Concerto de Trompete e Órgão pelos Vinte Anos do Jardim Botânico, por Volodymyr Samokhvalov (órgão) e Yuri Pavshinsky (trompete).

23 de Setembro: Concerto de Trompete e Órgão, por Olga Lysa (órgão) e Yuri Pavshinsky (trompete). Integrado no II Festival de Órgão dos Açores e nas Jornadas Europeias do Património.

08 de Dezembro: Concerto em Honra da Imaculada Conceição, por Volodymyr Samokhvalov (órgão).


2008:
21 de Março: Concerto em Homenagem a J. S. Bach, por Volodymyr Samokhvalov.

27 de Junho: Allegretto Ensemble: Concerto das Classes de Violino, Flauta, Órgão e Coro dos profs. Daniela Biasini, Maria Elena Biasini, Volodymyr Samokhvalov e Renata Rentowska.

26 de Setembro: Concerto de Órgão, com obras de Johann Sebastian Bach, por Volodymyr Samokhvalov.

15 de Novembro: Concerto em Honra de Santa Cecília, pelo Grupo Coral de Santa Catarina. Com participação de Cláudia Lopes (órgão).

14 de Dezembro: Concerto da Classe de Órgão do prof. Volodymyr Samokhvalov.


2009:
11 de Junho: Momento musical proporcionado por alunos da classe de órgão (Pável Bashmachnicov, Maria Pereira e Simone Rodrigues) do prof Volodymyr Samokhvalov e por Volodymyr Samokhvalov. Integrado na apresentação do livro de Pe. Escobar.

15 de Julho: Concerto de órgão e violoncelo, por alunos da classe de órgão de Volodymyr Samokhvalov (Cláudia Lopes, Simone Rodrigues e Maria Pereira), André Gunko (violoncelo), Olga Lysa e Volodymyr Samokhvalov (órgão a quatro mãos). Integrado nas Festividades de Nossa Senhora do Carmo. 



14 de Novembro: Inauguração oficial da Associação dos Amigos da Música de Órgão. Concerto de inauguração interpretado por Volodymyr Samokhvalov. 


2010:
02 de Maio:Concerto com a participação de Simone Rodrigues e Volodymyr Samokhvalov.
______________________________________________________________________ 


Agradecimentos:
-Pe. Marco Luciano e Igreja Matriz do Santíssimo Salvador da Horta
- Helen R. Martins, pela informação relativa à actividade concertística.



Fontes:



Informações sobre o órgão:
- Folheto Informativo da colectânea discográfica "Os Mais Belos Órgãos de Portugal - Açores"



Informações sobre a igreja:
-
Wikipédia
-
Inventário do Património Imóvel dos Açores
-
LifeCooler


Informações sobre a actividade concertística:
- Helen R. Martins
-
Amigos do Conservatório Regional da Horta


Fotos:
- Órgão: tiradas no local
- Igreja:
Inventário do Património Imóvel dos Açores

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Órgão da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Ilha das Flores)


O único do Grupo Ocidental, o órgão da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição parece ser um valioso exemplar do património organístico açoriano.

É um instrumento muito curioso, seguindo uma linha romântica, como podemos observar em registos como "Viola di Gamba" ou "Flauta Harmonique". Revela um organeiro com um nível de instrução pouco comum entre os nossos da época (facto curioso o de termos os comprimentos dos tubos dos registos marcados, que não era comum na organaria tradicional portuguesa). Talvez este tenha viajado e aprendido, observando e copiando aspectos de outros órgãos europeus.

É, pois, um órgão com uma registação muito rica, retirada de várias escolas (francesa, alemã, inglesa, italiana), necessitando de uma urgente intervenção de restauro.




Informação Técnica

- Localização (na Igreja): Coro Alto
- Estado: Não Funcional
- Tipo: Órgão Ibérico, de um manual
- Organeiro: Manuel de Serpa da Silva

- Teclado: Dividido (2 oitavas e uma quinta, provavelmente Dó 1 - Dó 3; Dó# 3 - Sol 5)


- Registação (8+8)

* Mão Esquerda:
Plein Jeu - 3:R:
Mixture - 4:R:
Quinta - 2 2/3 '
Flautino - 2'
Keraulophone - 4'
Viola di Gamba - 8'
Basse Flauta - 8'
Flauta Harmonique - 8'

*Mão Direita:
Basse Euphone - 8'
Euphone - 8'
Signal
[Registo desconhecido]
Trompette - 8'
Principal - 8'
Flauta Traversier - 8'
Diapason Bass - 8'

- Extras: dois Pisantes.

- Intervenções:
* Construção - em 1903, por Manuel de Serpa da Silva.


Placa Identificativa:


Manuel de Serpa da Silva
25 Rua D. Pedro IV 25
Fayal 1903 Açores



A Igreja:


Propriedade: Fábrica da Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição da freguesia de Santa Cruz
Classificação: Imóvel de Interesse Público (Resolução n.º 220/98, de 5 de Novembro, publicado no Jornal Oficial , I Série, n.º 45)




História:

A actual Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição teve a sua construção iniciada nos últimos anos do século XVIII, depois de ter falhado uma tentativa de transferir a Matriz para a zona nascente da Praça do Município (actual Praça Marquês do Pombal), gorada pela existência de um lençol freático muito superficial que impedia a feitura de fundações seguras. A construção apenas terminaria em 1859, pois foram muitas as dificuldades enfrentadas para financiar a colossal obra, a qual teve mesmo de ser simplificada, designadamente no que respeita à parte superior do frontispício para poupar na despesa. Ainda assim, a Matriz de Santa Cruz, hoje imóvel classificado de interesse público, tem uma das mais imponentes fachadas dos Açores.


Descrição:

 - SÉC. XVIII / SÉC XIX -

Igreja de grandes dimensões situada num adro nivelado e elevado em relação à rua, acessível por cinco largos degraus pavimentados com calçada à portuguesa que, frente à fachada, têm uma configuração semicircular que amplia o adro. O espaço livre ao lado esquerdo da igreja, definido pela fachada lateral, pela torre esquerda e pela sacristia, é também pavimentado com calçada à portuguesa entre canteiros. As áreas que envolvem o edifício pelos lados direito e posterior são relvadas.

O edifício assume uma posição de destaque em Santa Cruz, sendo visível de praticamente toda a vila. É composto pelo corpo principal, rectangular, pelo corpo mais estreito da capela-mor, pelas duas torres sineiras e por dois corpos anexos de cada lado, nos ângulos formados pelo corpo principal e pela capela-mor, implantados perpendicularmente às respectivas paredes laterais (cada um destes anexos é constituído por um corpo rectangular mais antigo e por uma ampliação, em "L", que contorna o canto do corpo principal).

A fachada principal está dividida em três níveis por cornijas e em três secções verticais por meio de pilastras. No nível inferior, cada secção tem uma porta, correspondente a cada uma das naves. As molduras das portas têm lintel duplo e cornija e são ladeadas por colunas de fuste cónico com base e plinto muito pronunciados. Os capitéis das colunas integram-se na cornija da porta e parecem ser sucedâneos da ordem coríntia na porta central e da ordem jónica nas portas laterais. No primeiro lintel de cada porta há uma roseta em relevo. Por cima de cada capitel há um elemento bojudo que o une à cornija de separação dos níveis. Por cima da cornija há pináculos na vertical das colunas.

No nível intermédio, cada secção tem uma janela de guilhotina de duas folhas, alinhada pela porta que lhe é inferior, mas mais estreita. Cada janela tem uma moldura e um enquadramento que repete, em ponto mais pequeno, a moldura e o enquadramento das portas, mas com um avental almofadado entre os plintos das suas colunas. Em cada um destes plintos há uma inscrição em latim, sendo, da esquerda para a direita: "CONCEPTIONEM", "BEATÆ", "VIRGINIS", "MARIÆ", "CUMGAUDIO" e "RECOLAMUS". Acima dos capitéis das colunas das janelas, que são mais elaborados que os das portas, os elementos bojudos ligam a uma segunda cornija que, por sua vez, tem elementos de ligação à cornija de remate do segundo nível da fachada. Toda esta cornija apresenta zonas mais salientes no cruzamento com os elementos verticais da fachada. 

O terceiro nível da fachada tem um remate superior semelhante a um frontão contracurvado. É encimado por uma cruz de ferro a eixo. As pilastras que dividem as secções da fachada terminam no nível correspondente à base do frontão com um capitel onde assenta um pináculo embutido. Na secção central há um óculo polilobado emoldurado por um quadrado que assenta na segunda cornija de divisão da fachada. A eixo, do lado superior do quadrado, há uma concha em relevo. Acima do quadrado há um segmento de cornija que suporta, a eixo, um segmento de pilastra encimado, já no tímpano do frontão, por um quadrado rodado a 45º e rematado por um elemento decorativo em forma de concha. Em cada uma das secções laterais há um óculo cego, quadrangular, rodado a 45º, com moldura dupla, encimado por uma pequena concha em relevo. Acima de cada concha há um segmento recto de cornija, encimado por um segmento de pilastra rematado por um capitel onde assenta um pináculo, com um grande plinto, que limita as volutas que compõem o remate contracurvado do frontão.

As torres sineiras estão implantadas à face da fachada, também divididas em três níveis pelo prolongamento das suas cornijas de tal modo que parecem constituir mais duas secções da mesma. O nível inferior tem uma janela de guilhotina com molduras simples cujas ombreiras, prolongadas superiormente, formam uma moldura rectangular rematada por uma cornija com uma roseta em relevo ao centro. O nível intermédio tem uma janela semelhante mas mais baixa pelo que a moldura superior, com um elemento decorativo concheado, é de maiores dimensões. Tem, também, uma cornija sob o peitoril, suportada por duas meias-volutas que definem um avental. No centro do avental tem uma cartela sem inscrições. O nível superior das torres tem um vão de sino em cada uma das três faces livres. Os vãos dos sinos são rematados em arco de volta-inteira peraltado, assente em impostas, e apoiam numa moldura horizontal situada acima da cornija do segundo nível. As torres são rematadas superiormente por uma cornija e encimadas por uma cúpula bulbosa octogonal assente num tambor e rematada por um pináculo.
As portas das fachadas laterais têm molduras com lintel duplo e cornija, enquadradas por pilastras muito salientes assentes em plintos altos e moldurados. Há uma segunda cornija, separada da primeira por curtos prolongamentos das pilastras e rematada por um pináculo em cada extremo, onde assenta uma janela.


Das três portas de entrada da fachada principal, a axial está protegida no interior por um guarda-vento de madeira. O corpo principal está dividido em três naves, separadas por duas fiadas de cinco arcos de volta-inteira apoiados em pilares de secção quadrada, com base, plinto e capitéis salientes.

O coro-alto situa-se sobre a entrada, ocupando o primeiro tramo das naves, pelo que os arcos do primeiro tramo, que o sustentam, são mais baixos que os restantes e suportam paredes que dividem o coro em três secções. Os apoios da secção central são reforçados por quatro pilaretes em madeira, dois dos quais, de menores dimensões, ligados ao guarda-vento. A ligação entre as três secções faz-se através de portas. No coro há mais uma porta em cada parede lateral, de comunicação com as torres sineiras. Estas quatro portas têm molduras com as arestas boleadas e com duplo lintel encimado por cornija. Na secção central do coro há um órgão.

Sob o coro, do lado da epístola, há uma porta de ligação ao interior da torre onde se situa a escada de acesso ao coro. Em cada um dos pilares do primeiro tramo há uma pia de água-benta em forma de concha. Ainda sob o coro, do lado do evangelho, há um vão rematado em arco de volta-inteira assente em impostas, que acede ao baptistério. Este vão tem a bandeira raiada, em madeira trabalhada.

O baptistério, que corresponde ao aproveitamento do piso térreo da torre esquerda, tem o tecto em abóbada de berço, em cantaria à vista, assente numa cornija. As paredes são revestidas a azulejo relevado e policromado. Na parede do lado direito tem um nicho rectangular.

As portas laterais ficam na zona correspondente ao terceiro tramo. Ao lado direito da porta do lado do evangelho há uma pia de água-benta em forma de concha. Acima do nível das portas, em ambas as paredes, há quatro janelas situadas a diferentes alturas, cada uma correspondendo a um tramo.

No terceiro pilar a contar da entrada, do lado do evangelho, há um púlpito com consola de pedra em forma de grande mísula, acessível por uma escada em pedra que contorna o pilar no sentido da nave lateral para a central. O púlpito e a escada têm guarda de balaústres em madeira.

Na zona do quinto tramo, que tem o pavimento sobrelevado por um degrau, há uma porta em cada uma das paredes das naves laterais. A do lado do evangelho dá acesso à sacristia e a do lado da epístola e a uma pequena capela rectangular, actualmente utilizada como arrumo. Estas duas portas e a porta de acesso à torre têm molduras com duplo lintel e cornija encimada por uma concha em relevo ao centro e dois pináculos embutidos no alinhamento das ombreiras.

O arco triunfal é de volta-inteira, assente em impostas. De cada lado do arco, no topo das naves laterais, há um retábulo. Nas mesmas paredes de topo, acima das cornijas, há óculos circulares. Acima do arco triunfal, cujo fecho está ligado à cornija superior, podem-se ver, entre o arco e a cornija, dois elementos almofadados em cantaria em posição simétrica. Acima da cornija há um elemento decorativo em relevo ladeado por três estrelas de cada lado e encimado por uma janela quadrangular.

A capela-mor é profunda e da mesma largura da nave central. Na parede do lado do evangelho há uma porta de acesso a um compartimento de arrumos seguida por duas janelas altas. Do lado da epístola há uma composição simétrica mas com a porta emparedada. Ao fundo da capela-mor, numa zona mais elevada, há um retábulo. Este retábulo, assim como os das naves laterais, é em talha revivalista (dourada e pintada) de sabor vagamente neoclássico. As paredes e o tecto são pintados tendo painéis figurativos rodeados de motivos decorativos. 

Os tectos das três naves, da capela-mor, da sacristia e da capela lateral (arrecadação) são em madeira a simular abóbadas de berço apoiadas em grandes cornijas. Os tectos das naves e da sacristia estão pintados de azul.

Na sacristia há um vão rematado em arco de volta-inteira assente em impostas/capitéis, com fecho saliente, hoje fechado com uma parede e uma porta em madeira, que daria acesso a um compartimento, muito alterado, onde ainda se vê um lavabo em pedra.

Todo o edifício é construído em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, excepto o soco, os cunhais, as cornijas, as pilastras, as colunas, as molduras dos vãos, os pináculos e restantes elementos decorativos, os arcos, os pilares interiores e a consola do púlpito que são em cantaria à vista. As coberturas são de duas águas, em telha de meia cana com beiral simples. As coberturas das ampliações dos anexos/sacristias resultam do prolongamento das águas posteriores dos corpos rectangulares originais.

Localização:
Santa Cruz das Flores
9970 Santa Cruz das Flores

Ilha: Flores
Distrito: Horta
Concelho: Santa Cruz das Flores
Freguesia: Santa Cruz das Flores

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Agradecimentos:
- Luís Henriques, pelas informações e fotos


Fonte:


 Órgão
- Atrium Musicologicum (Autor: Luís Henriques)
 - informações e fotos (artigos: Órgãos dos Açores I, Órgãos dos Açores I (2) )



Igreja

Fábio Mendes


Nascido em 1981 na Ilha Graciosa, Fábio Mendes iniciou os seus estudos musicais na Academia Musical da Ilha Graciosa, tendo como professoras Nizalda Vasconcelos e Olga Gorobets.

Mais tarde, licencia-se em Línguas e Literaturas Modernas na Universidade dos Açores e ingressa no Conservatório Regional de Ponta Delgada, onde estuda piano com Daniela Ignazzito e Natalya Atamas. Prossegue estes estudos na Universidade de Évora, sob a orientação de Elizabeth Allen.

Efectua diversos cursos de aperfeiçoamento no órgão com J. L. Uriol (1998), António Duarte (1999) e Carlo Stella (2003); no piano com Paulo Pacheco (2002), Luís Pipa (2003) e Sequeira Costa (2006); no cravo com Cristiana Spadaro (2002) e em electroacústica com Tomás Henriques (2002).

Obteve por diversas vezes o 1º Prémio no Concurso de Piano D. Maria Carminda de Vasconcelos Moniz (1994, 1995, 1998) e foi semi-finalista no Concurso Galego-Português de Piano (2006).

Desde 1997 é organista do Coro de São Mateus (Graciosa) e do Coral de São José (S. Miguel) de 2003 a 2005. No quarteto vocal "Quatro Oitavas", foi pianista acompanhador, entre 2004 e 2005. É membro fundador da Associação "Johann Sebastian Bach". Desde 2003 que participa nas temporadas da Direcção Regional da Cultura, como organista e pianista.

Leccionou Música de câmara na Academia Musical de Povoação (S. Miguel) e Piano na MaterMusica (S. Miguel) e na Associação Cultural Trítono (Évora).


Fontes:
- Burgalhau
- Rede Regional de Museus - Açores (Foto)

Cristiana Spadaro


De origem italiana, completou os seus estudos musicais no Conservatório "G. Tartini" de Trieste, diplomando-se em 1993. Em 1994 estudou Cravo no mesmo Conservatório com o professor G. Cerasoli. No mesmo ano aperfeiçoou-se em Órgão no Conservatório Superior de Genebra com o M.º L. Rogg obtendo o Prémio de Virtuosidade. Em 1995 estudou Composição e Direcção de Coro com os professores S. Sacher e A. Martinolli. No ano 2000 obteve a Licenciatura em Órgão pela Universidade de Aveiro.

Frequentou cursos de aperfeiçoamento ao Órgão na Academia de Música Antiga em Pistola com os professores J. L. Uriol, L. F. Tagliavini, H. Vogel, J. Van Oortmerssen. Frequentou também cursos de aperfeiçoamento na Suíça com os professores M. Radulescu, L. Rogg, F. Delor.

Frequentou o Curso Superior de Cravo na Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação da Prof.ª C. Rosado Fernandes. Em 2001 obteve uma bolsa de estudo para aperfeiçoamento em Órgão na Academia de Música Antiga em Daroca (Espanha), e frequentou em Lisboa o Seminário de Baixo-contínuo do professor M. Magalhães. Ainda em 2001 foi convidada pela Universidade de Aveiro para actuar no concerto de homenagem a Rheinberger, acompanhada pela Orquestra das Beiras, e no III Ciclo de Música Antiga para Órgão de Matosinhos.

Em 2003 tocou no âmbito da Temporada organizada pela Associação "ProOrgano" de Aveiro, no Auditório da Universidade da mesma cidade. Apresentou-se também em diversos concertos na qualidade de regente, dirigindo o Coro da Igreja de S. Sérgio em Trieste, o grupo instrumental e vocal Gruppo Incontro de Trieste, o Coro Feminino, o Coro Misto e Juvenil do Conservatório Regional de Ponta Delgada e a Orquestra de Ponta Delgada.

Gravou um CD com obras inéditas de F. Spongia com a Nova Academia de Trieste e os Solisti Istriani.

Professora de órgão do Conservatório Regional de Ponta Delgada. Membro fundador, Directora Artística da Associação "Grupo Johann Sebastian Bach" para o estudo e a divulgação da Música Antiga, regente do "Coro Johann Sebastian Bach" e Directora Artística do Festival de Música Antiga de Ponta Delgada e do Festival de Órgão de Tubos de São Miguel. Regente do Orfeão Edmundo Machado de Oliveira. Participa regularmente nas temporadas anuais organizadas pela Direcção Regional da Cultura dos Açores.


Fontes:
- Programa do "V Festival de Música Antiga dos Açores" 2008.
- Facebook da intérprete (imagem)