quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Órgão da Igreja de Santo António (Ilha do Pico)

Pertencente aos sete da ilha do Pico, o órgão da Igreja de Santo António foi reinaugurado no início deste século. Assim como o da Igreja das Angústias (Faial), este instrumento assistiu à extinção das ordens religiosas, tendo sido desmantelada a sua anterior localização no Convento dos Franciscanos do Cais do Pico.

Apesar de se desconhecer a data da sua construção, o curioso recheio tímbrico leva a crer que parece ter sido construído num ano anterior aos dos demais da ilha.


Verso do Instrumento


Informação Técnica

- Localização (na Igreja):
Lado do Evangelho, piso comum da Igreja, debaixo do 2º arco esquerdo.

- Estado: Funcional
- Tipo: Órgão de Armário, de um manual
- Organeiro: Desconhecido
- Ano da Construção: Desconhecido
- Teclado:
Dividido (Dó 1 – Dó 3; Dó# 3 – Dó 5). Oitava curta (a mais grave).


- Registação (2+6):


*Mão esquerda:
Flautado VI
Flautado XII

*Mão direita:
29ª
26ª
22ª
19ª
15ª
Corneto 12ª+17ª


- Extras: Não tem.

- Intervenções:
* Construção – desconhece-se o ano e o autor
* Restauro – 2000/2001 por Manuel Dinarte Machado.






Pormenor do gradeamento em redor do instrumento



A Igreja de Santo António


Fica este gracioso templo na pitoresca e romântica freguesia de Santo António, a qual por sua vez se encontra situada a poucos quilómetros do Cais do Pico. A primitiva igreja paroquial data da época da criação da paróquia, ou seja pouco depois de 1696, ano em que o bispo D. António Vieira Leitão promoveu a sua construção. Depois de várias vicissitudes a igreja de Santo António apresenta-se hoje como um vasto templo, com sua portada elegante e sua torre encimada por uma grimpa. A capela-mór dedicada ao grande taumaturgo português, possui o Santíssimo Sacramento, sendo, o seu retábulo, todo dourado e de fino recorte, um dos mais belos e valiosos de toda a Ilha do Pico. Conservado inteligentemente, tal como foi legado pelo passado, esse retábulo é uma rica peça do património artístico dos Açores, valorizada com a existência, no seu centro, de uma formosa Imagem de Santo António.

Esta igreja guarda ainda num dos seus altares laterais uma veneranda Imagem de Nossa Senhora da Saúde cuja festa atrai muitos forasteiros no dia 15 de Agosto de todos os anos.
Todos os anos, a festa a este santo é uma das mais interessantes do Pico para o que muito contribui também o pitoresco do lugar.




Localização
Largo da Igreja - Santo António
9940-235 SANTO ANTÓNIO SRP
Ilha: Pico
Distrito: Horta
Concelho: São Roque do Pico
Freguesia: Santo António
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Agradecimentos:
Pe. Marco Silva e Igreja de Santo António.
Helen R. Martins, pela informação do ano e do autor do restauro e por algumas das fotos.





Fontes:


- Fotografias:
*Tiradas no Local
*Helen R. Martins (a primeira e a quinta foto)
*LifeCooler (a última foto)



- Informações sobre o órgão:
Recolhidas no Local


- Informações sobre a Igreja:

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O Órgão da Igreja de Nossa Senhora das Angústias (Ilha do Faial)

Entre os oito anteriormente pertencentes à ilha do Faial (um dos quais irremediavelmente destruído num incêndio, o outro num sismo) está o órgão da Igreja de Nossa Senhora das Angústias. Este instrumento é, nas palavras do mestre-organeiro Dinarte Machado, um raro exemplar da organaria portuguesa, pois do mesmo construtor apenas se tem conhecimento de mais outro, que se encontra na Igreja Matriz de Oeiras (Lisboa).

Este é, sem dúvida, um órgão com uma curiosíssima história. Construído em 1805 por Joaquim António Peres Fontanes, que aprendeu do pai a arte da organaria, foi colocado no agora extinto Convento da Glória (do qual apenas restou a Torre do Relógio), onde permaneceu por cerca de 69 anos. Decorrido esse tempo, o instrumento teve de ser retirado do templo, que iria ser demolido para se utilizar a pedra na construção do Hospital Walter Bensaúde. A pedido do Padre António de Oliveira Morais, então pároco na Igreja das Angústias, e por influência de Felisberto Vieira de Bem, vice-vigário da mesma paróquia, se obteve a permissão do Governo para que o órgão fosse transferido para a “actual” localização, a 30 de Setembro de 1874. Lá se abriu um grande arco na parede sul da igreja, sob a ordem do mesmo Padre Morais, para se construir uma capela lateral (coreto baixo, segundo o estilo da época) que o iria receber, tendo-o montado Tomé Gregório de Lacerda, organeiro amador da ilha de São Jorge.

Fig. 1 - A antiga localização do órgão, na Capela

Treze anos depois, houve uma tentativa de reconstrução da parte de João de Deus Teixeira, que apenas conseguiu reconstituir três registos. Diversas outras intervenções foram tentadas no instrumento, como em 1904, por alguém das oficinas de António Xavier Machado e Cerveira, com peças oriundas de uma fábrica em New Bedford (USA). Mas só em 1915 se pôs termo a todo este ciclo de experiências, com a reconstrução do organeiro faialense Manuel de Serpa da Silva.

Mais tarde, nos anos quarenta do século passado, o Padre António Silveira de Medeiros resolve criar uma capela dedicada a Nossa Senhora de Fátima no lugar onde estava alojado o órgão, transferindo-o para o coro alto. Esta Capela foi removida em 2004 e fechado o grande arco que a albergava, por razões de segurança (tinha ocorrido um evento sísmico em 1998), ficando na parede a moldura em basalto a marcar o lugar do instrumento.


Fig. 2 - A "actual" localização do órgão, no Coro Alto (de momento encontra-se nas oficinas de Dinarte Machado)

Um novo restauro é ponderado em 1997, dado ao “estado precário em que este instrumento se encontra”(¹) pela Capela da Paróquia e pelo seu regente de então, o Engenheiro Norberto Oliveira, que formaram uma Comissão Pró-Restauro presidida pelo Monsenhor Júlio da Rosa, dirigindo-se assim ao Mestre-Organeiro Dinarte Machado. Esta intervenção teve início a 10 de Junho desse ano, estando inicialmente prevista a sua conclusão a 30 de Outubro do ano seguinte. Decorria tudo dentro da normalidade, quando um terramoto a 9 de Julho de 1998 tornou impossível o regresso do órgão para a igreja três meses depois, obrigando a suspender a operação.

A 10 de Janeiro de 2005, quatro meses antes do tempo previsto para o término da reabilitação do templo, foi remetida uma carta ao mestre organeiro para que fosse retomada a intervenção de restauro. É então prosseguido e, a 26 de Junho de 2006, o responsável pela operação actualiza o orçamento para 58 360,00 Euros, tendo na altura já sido pagos 14 963,94 Euros. Na mesma carta, Dinarte Machado refere: “Todos os trabalhos de restauro das madeiras referente aos someiros, tampas e tabuões, já estão concluídos desde 1998. Todavia depois do terramoto (...) não pudemos continuar o restauro com a aplicação das peles novas, uma vez que não sabíamos, para quando a montagem deste instrumento”(²) e aponta como prazo de conclusão o ano de 2008. Mas, na terceira semana de Dezembro de 2007, é convocada uma reunião em que o organeiro propõe um aumento do orçamento e do prazo estabelecido.

Um pouco mais tarde, no último trimestre do ano passado, se tomou conhecimento de que as obras de restauro já se encontram concluídas. Resta talvez esperar pela verba necessária para o transporte do instrumento ou pelo restauro da caixa do mesmo, para que seja inaugurado durante as Festividades de Nossa Senhora das Angústias, tal como aspira o Mons. Júlio da Rosa.


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No interior do secreto, há a seguinte inscrição:

« Este Órgão foi construído em Lisboa no ano de 1805, há 151 anos, 1956; e foi mudado este Órgão do Convento da Glória para esta Igreja da Senhora das Angústias a 30 de Septembro do anno de 1874.

Thome Gregório de Lacerda o armou. Felizberto Vieira de Bem (Cónego) o alcançou do extinto convento da Glória quando Vice-Vigário nesta Igreja das Angústias.

Foi reconstruído pelo curiozo João de Deus Teixeira no anno de 1887 pela miseravel quantia de 179$000 reis tendo apenas três registos no seu lugar e estes mesmos incompletos o mais achava-se a monte em sima dos fols a maior parte esmigalhado. Era então vigário o Rev.mo Ant. De Oliveira Moraes que teve a coragem de não oferecer de gratificação ao reconstruidor um pataco para cigarros. 28 de Julho 1887.



A expensas do benemérito sacerdote Vigário José Gonçalves da Silveira foi este órgão reconstruído no anno de 1915 pelo mui habil organeiro Manuel de Serpa da Silva, sendo então Parocho desta freguesia de N. Sr.ª das Angústias o Pe. Raul Camacho. »


A par desta inscrição, encontra-se também a do construtor original:

« Este órgão foi construído por Joaquim António Peres Fontanes no ano de 1805 em Lx. »


Informação Técnica

- (Anterior) Localização (na Igreja): Coro Alto
- Estado: Não Funcional
- Tipo: Órgão Ibérico, de um manual
- Organeiro: Joaquim António Peres Fontanes (Filho)
- Ano da Construção: 1805, em Lisboa
- Teclado: Dividido.
- Registação: Não Disponível

- Intervenções:
* Construção – em 1805, por Joaquim António Peres Fontanes
* Mudança de Edifício – 30 de Setembro de 1874, armado por Tomé Gregório de Lacerda
* Tentativa de reconstrução – concluída a 28 de Julho de 1887, por João de Deus Teixeira
* Intervenção – em 1904, por organeiro das oficinas de António Xavier Machado e Cerveira
* Reconstrução – em 1915, por Manuel Serpa da Silva
* Mudança do coro baixo para o coro alto – anos 40 do séc. XX, a mando do Pe. António Silveira de Medeiros
* Restauro – início a 10 de Junho de 1997, por Manuel Dinarte Machado
* Desmontagem – 07 e 08 de Julho de 1997
* Transporte para as oficinas – 04 de Setembro de 1997
* Paragem do Restauro – Julho de 1998, devido a episódio sísmico
* Novo Arranque do Restauro – Junho de 2006



Organistas nesta Igreja:

- Hildeberta Silva
- Luís Macedo - Titular (até 2007)
- Tiago Silva - 2º Organista (2000-2007)
- José Mário Lopes - 2º Organista (1996-2007); Titular (2007-actualidade)



A Igreja de Nossa Senhora das Angústias


A Igreja de Nossa Senhora das Angústias situa-se no extremo sul da cidade da Horta, ilha do Faial, sendo hoje a paroquial da populosa freguesia urbana das Angústias. Teve a sua origem numa ermida dedicada a Santa Cruz e fundada no século XV pela capitão Joss van Hurtere.

Em 1640, segundo frei Diogo das Chagas, parece que a ermida estava muito arruinada, até que foi novamente edificada e com a mesma invocação, por mandado do bispo D. frei Lourenço de Castro, datado de 30 de Agosto de 1675, transferindo-se para o altar-mór desse novo templo as cinzas da esposa do capitão do donatário, D. Beatriz de Macedo.
Parece, no entanto, que não obstante tais obras, outras logo se iniciaram, porque a 28 de Novembro de 1684 a igreja era dedicada a Nossa Senhora das Angústias e elevada a paroquial e, em 1688, após a visita pastoral do Bispo D. Clemente Vieira, o monarca mandava dar a quantia de 572$000 reis (moeda da altura) para as obras e os ornamentos da igreja.

Passados pouco mais de cem anos, em 1800, novas obras se levaram a efeito, desta vez para erguer o novo e actual edifício, obras muito demoradas porquanto só em 1861 a igreja foi dada por concluída, graças a uma subscrição promovida pela Junta de Paróquia, respectiva.

Com o sismo de 9 de Julho de 1998, o templo ficou danificado, tendo sido concluído o seu restauro em 2005 e reinaugurado em Maio de 2006.



Descrição:
Igreja de uma só nave com torres sineiras a ladear a fachada.

A parte central da fachada principal (correspondente ao corpo da nave), de dois pisos, tem três vãos por piso com arcos de volta perfeita e é rematada por um grande frontão recortado com arranques espiralados. Ao centro do frontão encontra-se um elemento decorativo em relevo, representando o coração de Jesus, envolvido por uma moldura circular.

As torres sineiras, de três pisos, têm um vão por piso, também em arco de volta perfeita, sendo os vãos do último piso os dos sinos. As torres são rematadas por cornijas e encimadas por coruchéus piramidais de base octogonal. Duas grandes cornijas na separação dos pisos envolvem a fachada e as torres.

A capela-mor, rectangular, abre para a nave através de um arco triunfal de volta inteira. A meio da nave, do lado da epístola, abre-se uma grande capela quase tão profunda como a capela-mor.

O imóvel é construído em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, excepto o soco, os cunhais, as molduras e os ornamentos que são em cantaria à vista.


Localização

Rua Vasco da Gama - Horta
9900-018 HORTA

Ilha: Faial
Distrito: Horta
Concelho: Horta
Freguesia: Angústias
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Fontes:

- Fotografias:
* Fig 2 - Tirada no Local
* Outras - Carlos Matos (Paróquia das Angústias)


- Informações sobre o órgão:
* Artigo “O Nosso Órgão de Joaquim António Peres Fontanes” - Autor: Mons. Júlio da Rosa. Jornal “A Vida” nº545 – Paróquia de Nossa Senhora das Angústias, Outubro de 2006

* Artigo “José da Silva Morais” - Autor: Mons. Júlio da Rosa.
Jornal “A Vida” nº567 – Paróquia de Nossa Senhora das Angústias, Março de 2009

* José Mário Lopes

(¹) Manuel Dinarte Machado, em correspondência dirigida ao Mons. Júlio da Rosa, a 06/07/1997 (extraída da primeira fonte acima referida)

(2) Manuel Dinarte Machado, em correspondência dirigida ao Mons. Júlio da Rosa, a 26/06/2006 (extraída da primeira fonte acima referida)


- Informações sobre os organistas:
* Recolhidas no Local

- Informações sobre a Igreja:

* Wikipédia

* Inventário do Património Imóvel dos Açores

* LifeCooler

* Artigo "O Nosso Órgão de Joaquim António Peres Fontanes" - Autor: Mons. Júlio da Rosa. Jornal "A Vida" nº545 - Paróquia de Nossa Senhora das Angústias, Outubro de 2006

O Órgão da Igreja Matriz da Santíssima Trindade (Ilha do Pico)


O primeiro a ser restaurado na ilha, o órgão da Igreja Matriz da Santíssima Trindade (Igreja Matriz das Lajes) deu início a um ciclo de restauros a órgãos históricos no Pico. 

Este órgão encontrava-se inicialmente no coro pequeno da Igreja de São Francisco na mesma localidade, onde se realizava o culto, enquanto se esperava pela conclusão da construção da Igreja Matriz.

Reinaugurado em 1990, o instrumento continua a acompanhar as vozes na Liturgia, dispensando-se o uso de um electrónico. É um órgão de armário, tendo a canaria dos jogos compostos à frente da pertencente aos flautados.

Cinco anos após a reinauguração, é incluído na colectânea discográfica “Os Mais Belos Órgãos de Portugal – Açores”, onde o reconhecido organista Rui Paiva interpreta diversas obras do período barroco.

Anualmente, alguns concertos têm sido realizados no órgão em questão, sendo hábito a existência de pelo menos um por altura da Semana dos Baleeiros.


Informação Técnica



- Localização (na Igreja):
Lado do Evangelho, piso comum da Igreja, debaixo do 2º arco esquerdo.

- Estado: Funcional

- Tipo: Órgão Ibérico de Armário, de um manual

- Organeiro: António Xavier Machado e Cerveira
Nº 66 do organeiro acima referido

- Teclado:
Dividido (Dó 1 – Dó 3; Dó# 3 – Ré 5). Revestimento das teclas em osso de baleia, por Rui Gonçalves (aquando do restauro em 1990)

- Registação (4+4):

*Mão esquerda:
Dozena e 19ena
Quinzena
Flautado de 6 tapado
Flautado de 12 tapado


*Mão direita:
Dezanovena e 22ª
Oitava Real e 15ª
Flauta em 12
Flauta em 12 aberto


- Extras: dois Pisantes para ligar e desligar o Cheio.


- Intervenções:
* Construção – em 1804, por António Xavier Machado e Cerveira
* Substituição do Teclado e dos Foles Originais – em 1889, por Manuel Serpa da Silva
* Restauro – concluído a 27 de Junho de 1990, por Manuel Dinarte Machado



Organistas nesta Igreja

- Olga Lopes - Titular
- Helena Lopes - Segunda Organista

Eventos Organísticos nesta Igreja:



2005
- Agosto: Concerto por Luís Cerqueira


2006
- 23 de Setembro: Concerto por Juan de la Rubia, integrado nas JEP (Jornadas Europeias do Património)


A Igreja Matriz da Santíssima Trindade


A Igreja Matriz tem como orago a Santíssima Trindade. Foi construída, no séc. XX, em substituição do antigo templo que se encontrava muito arruinado.



Localização:

Ilha: Pico
Distrito: Horta
Concelho: Lajes do Pico
Freguesia: Lajes do Pico


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Agradecimentos:
Rui Gonçalves e Igreja Matriz das Lajes, Pe. Marco Luciano, Pe. Marco Martinho.


Fontes:

- Fotografias:
Tiradas no Local, excepto a que se encontra abaixo do título "A Igreja Matriz da Santíssima Trindade" que foi extraída de PicoAzores

- Informações sobre o órgão:
* Recolhidas no Local
* Lajes do Pico
* Folheto Informativo do CD C da colectânea “Os Mais Belos Órgãos de Portugal – Açores”

- Informações sobre as organistas:
* Rui Gonçalves

- Informações sobre os eventos:

- Informações sobre a Igreja

Excerto de Notícia sobre a Semana dos Baleeiros 2005

12 de Agosto de 2005, Lajes do Pico.

A encerrar o programa musical, Luís Cerqueira dirige concertos de órgão na Igreja Matriz, trazendo sonoridades dos séculos XVII e XVIII (L.-N. Clérambault, J. Pachelbel, F. Couperin, W. Boyce, P. Bruna e Pedro de Araújo).



Fonte:
A União

sábado, 18 de abril de 2009

Visita de Estudo aos Órgãos da ilha do Pico

No passado dia 14, quatro alunos da classe de órgão do prof. Volodymyr Samokhvalov (Conservatório Regional da Horta, ilha do Faial) tiveram oportunidade de visitar os órgãos da ilha do Pico.

A visita, que se realizou entre as 10h30 e as 16h00, englobou os órgãos da igreja de São Mateus, São João, Lajes e Santo António, onde os alunos puderam experimentar um pouco as suas peças.

Dado o sucesso da visita, a mesma classe planeia agora conhecer os órgãos da ilha de São Jorge.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

O Órgão da Igreja de São Mateus (Ilha do Pico)


Um dos sete pertencentes à ilha do Pico, o órgão da Igreja de São Mateus sobrevive ao desgaste dos anos e aos constantes episódios sísmicos que tanto constam dos registos históricos da região. O último mais intenso, datado de 1973, tirou a voz ao instrumento. A constituição dos tubos (os de chumbo, principalmente) favoreceu o sector piscícola que, aproveitando a degradação do edifício, se abasteceu de material proveniente do órgão. Agora, aguarda silenciosamente por um restauro.




Informação Técnica:

- Localização (na Igreja): Coro Alto
- Estado: Não Funcional
- Tipo: Órgão Inglês de Armário, de um manual
- Organeiro: Desconhecido
- Teclado: Dó¹ - Sol 5

- Registação (da esquerda para a direita) - 8 registos:
* Open Diapason - 8'
* Stop Diapason Bass - 8'
* Stopt Diapdreble - 8'
* Dulciana - 8'
* Trumpet - 8'
* Fifteenth - 2f
* Twelfth - 2 ²/3
* Principal - 4'

- Extras: Inclui dois Pisantes (o da esquerda acciona Trumpet, o da direita acciona os três últimos registos da direita e encontra-se bloqueado)

- Intervenções:
* Construção - Finais do Séc. XIX, por organeiro inglês desconhecido.










A Igreja de São Mateus


A primitiva igreja que houve na freguesia de São Mateus deve ter sido coeva da fundação da respectiva paróquia, uma das mais antigas da ilha do Pico. Ignora-se a data da sua construção, embora documentos confirmem já a sua existência em 1542. A actual igreja de São Mateus, uma das mais majestosas e ricas do Pico, começou a ser edificada no ano de 1838 fora do primitivo templo já por essa época pequeno para a população local e bastante arruinado. Com 33 metros de comprimento e constando de três naves sustentadas por pesadas pilastras, apresenta a curiosidade de um quadro a óleo representando um apóstolo, sobre cada uma das pilastras. No tecto da capela-mor encontra-se pintada a fresco uma pormenorizada cena do Ecce-Homo. O Coro Alto foi construído em 1888.
Dentre as várias capelas laterais, destaca-se a do Senhor Bom Jesus, embora pudesse ter um pouco de mais tarde. A imagem do Ecce-Homo que na mesma se encontra constitui, porém, um valor artístico. Foi ela oferecida em 1862 por um filho da freguesia, quando de regresso do Brasil, da vila de Ignape, onde existia uma imagem idêntica. Rica pelo seu diadema e pelas capas que lhe têm oferecido, tem esta imagem a sua grande festa, uma das maiores dos Açores, no dia 6 de Agosto, embora a festa do orago decorra a 21 de Setembro com grande concorrência de povo.
Esta última festa coincide com um voto, da freguesia, o qual consiste da larga distribuição de “rosquilhas” a todos os romeiros. O panorama da procissão é único.




Localização:

Rua do Santuário - São Mateus
9950-531 SÃO MATEUS MAD

Ilha: Pico
Distrito: Horta
Concelho: Madalena
Freguesia: São Mateus



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Agradecimentos:
- Pe. José Carlos Simplício e Igreja de São Mateus



Fontes:

- Fotografias:
Tiradas no Local

- Informação sobre a Igreja:
Wikipédia
LifeCooler

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tomé Gregório de Lacerda

1831, Ribeira Seca (S. Jorge) - 1876, Horta (Faial)


Tomé Gregório de Lacerda era organeiro na ilha de São Jorge. Filho de João Caetano de Sousa, natural da Ribeira Seca, e de Maria Otília Forjaz de Lacerda, natural das Ribeiras da ilha do Pico, nasceu a 8 de Dezembro de 1831. Tio do compositor açoriano Francisco de Lacerda.

Este organeiro construía os instrumentos, copiando outros órgãos e seguindo instruções colhidas em Angra do Heroísmo pelo Pe. Silvestre Serrão. Em 1854-55 construiu um órgão para a igreja da Ribeira Seca, em substituição de um organete importado em 1822. Posteriormente construiu mais três orgãos que foram instalados nas igrejas de: Calheta de Nesquim, na ilha do Pico, em 1859; Velas, na Ilha de São Jorge, em 1865; Piedade, na ilha do Pico, em 1874.

Com a idade de 45 anos, faleceu na cidade da Horta (ilha do Faial), no dia 2 de Dezembro de 1876.




Órgãos Construídos - 4

- Igreja de São Tiago Maior - Ribeira Seca - São Jorge (1854-55)
- Igreja de São Sebastião - Calheta de Nesquim - Pico (1859)
- Igreja Matriz de São Jorge - Velas - São Jorge (1865)
- Igreja de Nossa Senhora da Piedade - Piedade - Pico (1874)


Intervenções de Restauro - 0




Fontes:
- São Jorge Digital
- Folheto informativo do CD "Os Mais Belos Órgãos de Portugal - Açores"

terça-feira, 7 de abril de 2009

Alexander Gorin em Angra do Heroísmo, 2005


Angra do Heroísmo, 18 de Outubro de 2005


Presidência do Governo apoia realização de concerto em Angra do Heroísmo


O organista Alexander Gorin vai actuar no próximo sábado, 22 de Outubro, em Angra do Heroísmo, num concerto que conta com o apoio da Presidência do Governo, através da Direcção Regional da Cultura.

O repertório do concerto integra obras de onze compositores, do período entre os séculos XVI e XVIII, nomeadamente Johann Sebastian Bach e Girolamo Frescobaldi.

Alexander Gorin, professor na Academia de Música Rubin, da Universidade de Telavive, e músico convidado da Orquestra Filarmónica de Israel, desloca-se aos Açores para actuar na ilha do Faial, numa iniciativa da Associação dos Amigos do Conservatório da Horta. Aproveitando a sua estada na Região, o executante vai, igualmente, actuar na cidade património mundial.

Natural da antiga União Soviética, Alexander Gorin formou-se na Academia de Música do Azerbeijão, em Baku, tendo-se especializado em órgão e piano. Fez complemento de estudos em Riga e com organistas principais, como elemento integrante das Academias Internacionais de Órgão, em Haarlem, na Holanda, e em Gotemburgo, na Suécia.

De 1982 a 1990, foi solista de órgão na Sociedade Filarmónica Estadual de Krasnoyarsk, na Sibéria, Rússia, onde, de 1983 a 1990, leccionou Acompanhamento e Câmara.

Desde 1991, tem leccionado órgão na Academia de Música Rubin, na Universidade de Telavive, em Israel. É convidado principal como organista na Orquestra Filarmónica de Israel, e apresenta-se regularmente em concertos em Israel e na Europa.

O concerto de sábado em Angra do Heroísmo tem o seu início agendado para as 21 horas e decorrerá na Igreja do Colégio.


GaCS/MG



Fonte:
Governo dos Açores

Concerto de Órgão - Alexander Gorin

Programa do Concerto de Órgão
Alexander Gorin



Local: Igreja Matriz do Santíssimo Salvador da Horta

Data:
15 de Outubro de 2005

Intérprete: Alexander Gorin





Contracapa e Capa (Págs. 4 e 1)



Currículo do intérprete e Programa (Págs. 2 e 3)




Agradecimentos:
- Helen R. Martins - que gentilmente cedeu o programa.

Imagem:
- http://www.geocities.com/121242/gorin.html

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Audição de Natal da Classe de Órgão de 1999 do Conservatório Regional da Horta (prof. Olga Lysa)

Programa da Audição de Natal da Classe de Órgão de 1999
Conservatório Regional da Horta
Prof. Olga Lysa



Local: Igreja Matriz do Santíssimo Salvador da Horta

Data: 22 de Dezembro de 1999, 20h30.

Intérpretes:
- Hildeberto Peixoto, Milton André, Eugénia Chvets, Milosz Homik
(órgão);
- Paula Pereira Marcos, Maria Antónia, Rui Sousa (flauta);
- Anselmo Dias (trompete);

- Daniel Gertsev (violino).


Programa:


Capa (página 1)




Programa (página 2)





Agradecimentos:
- Helen R. Martins, que gentilmente cedeu o programa.